O fiasco de Flávio Morgenstern expõe a miséria cultural do olavismo
“Você acabou de falar que Inquisição é contra judeu. Não faz o menor sentido isso.”
Quem me conhece sabe que há dois grupos dos quais eu a-do-ro encher o saco: os identitários do movimento negro e os olavetes. Além de conjugarem ignorância e pedantismo, ambos têm em comum uma difamação da brasilidade que bota os EUA nas alturas. No caso dos identitários, o Brasil é pior do que os EUA porque aqui as pessoas celebram a mestiçagem, em vez de delimitar fronteiras raciais; no caso dos olavetes, o Brasil não tem cultura e os brasileiros precisam adquiri-las por meio de cur$os on-line que celebram um American way idealizado (como expliquei aqui). Os racialistas repetem a Fundação Ford. Os olavetes, o Instituto Mises (o do Alabama, não o brasileiro). E é do Instituto Mises, fundado por um anarcocapitalista judeu, que vem a história de que o nazismo é de esquerda. (Esse mesmo anarcocapitalista, Murray Rothbard, é o responsável por manipular trechos avulsos da filosofia escolástica para fazer crer que católicos tradicionais são anarcocapitalistas.)
Assim sendo, eu não poderia perder o debate Flávio Morgenstern X Breno Altman no Inteligência Ltda., no qual o primeiro defenderia que o nazismo vem da esquerda e o segundo defenderia que o nazismo era obviamente de direita. Flávio Morgenstern é um olavete que vende cursos. O nome Morgenstern pode soar alemão ou iídiche, mas se trata de um pseudônimo, e Flávio Azambuja Martins é um brasileiro típico, com nome português e provável fruto do amálgama celebrado por José Bonifácio. Já Breno Altman é um jornalista petista com uma longa trajetória pré internet que, desde 7 de outubro de 2023, ganhou os holofotes da imprensa e das redes sociais por seus posicionamentos pró-Hamas. Em virtude disso, quem se inteirou da briga sabe que ele é um judeu comunista de uma família de judeus comunistas da Polônia que tiveram parentes exterminados pelos nazistas. Além disso, tem o costume de defender o Camarada Stalin e o Comandante Chávez.
Uma digressão — e inveja
Quem viveu a II Guerra Mundial tem história pra contar, e conta-a no mínimo dentro de casa. Eu só tenho idade para ter conhecido as crianças da II Guerra. Elas contam do medo que sentiam. Na orla de Salvador, tinham que ficar com tudo apagado à noite e cobrir os espelhos, com medo de submarinos alemães. Já as crianças de Gênova contam do medo dos bombardeios, da fome nunca saciada e de ganhar chocolate de soldados alemães e americanos. Se sobrar alguma criança em Gaza, ela contará aos netos dos bombardeios, da fome e de quando pôde comer à vontade pela primeira vez. A julgar pelos vídeos dos soldados no TikTok, eu duvido de que ganhem chocolate dos israelenses.
Eu invejo a geração anterior à minha, que ouvia as histórias dos adultos da II Guerra. Na minha família, a geração imediatamente anterior à minha teve a chance de ouvir um avô soldado contando história. Ele era um cidadão italiano nascido no Império Russo perto de Kiev, tinha o russo como língua materna, dava aulas de inglês na Itália, dizia-se anarquista e foi mobilizado quando seu único filho era bebê. A mulher desistiu de esperar a volta, achou outro e veio para a América do Sul, onde se tornou professora de italiano (olhem só os livros dela aqui na Estante Virtual). Juntando as memórias dos tios (em especial de um que o ouvia mais) e um álbum de fotos que inclui a passagem por várias cidades na guerra a partir de 1941, atinei que ele participou da Operação Barbarossa. Aí parece que ele desertou, ficou com medo de voltar pra Itália mesmo depois da guerra e talvez tenha ficado um tempão na atual Líbia, que foi descolonizada em 1951. O curioso é que os netos aludem mais às memórias dele na África (como solado) do que na Europa Oriental (deve ter sido aí que os alemães o mandavam traduzir do russo), sendo que não há fotos da África. Há fotos em 41 e 42 com os nomes: Bessarabia, Malewannij, Manokowo, Bielowosdr, Beltzi, Prut. Em 1939, com certeza estava na Itália. A Operação Barbarossa ainda estava exigindo dos seus homens em 43, quando não havia mais fotos. Acho que nunca vou saber o que aconteceu.

Ele estava velho na Itália quando o filho o achou e o convidou para morar no Brasil. Trouxe 3 camisas, 2 calças, discos, livros, jornais e fotos. Não sabia patavina de português, mas aprendeu, apesar dos trotes dos netos brasileiros, que ensinavam errado. Reencontrou sua esposa viúva de outro, com mais filhos e netos.
Dito isso, eu só posso imaginar (e invejar) o tanto de história da II Guerra que um judeu de origem polonesa ouviu dos avós politizados que eram adultos durante a guerra. Deve haver muita história e pouca lacuna.

O mundo da lua olavete
Tanto por questões familiares quanto políticas, é de se presumir que Breno Altman saiba de cor e salteado a história da II Guerra no front oriental, e que saiba usar esse conhecimento para pintar com as melhores cores possíveis o papel da União Soviética. Imagine que bela ideia desafiá-lo a um debate sobre o tema, tendo a intenção de repetir a propaganda mais barata e estúpida do Instituto Mises. Mas Flávio Morgenstern era a confiança em pessoa:
Ainda assim, a claque olavete estava certa de que o imprudente era Breno Altman, porque Morgenstern é um colosso, um gênio, um intelectualíssimo. A claque foi ao perfil dele no Twitter fazer as profecias mais chulas, como é normal para os seguidores do êmulo de Dercy Gonçalves. Faz parte da “alta cultura” dirigir ofensas pornográficas qualquer um que seja considerado comunista, desde um petista até o papa. Este aqui, porém, conseguiu me surpreender:
A pessoa faz uma afirmação dessa sem se dar conta de que está denunciando a escandalosa estreiteza do próprio horizonte. Morgenstern não é historiador, não é um autodidata fenomenal, e sua autoridade para vender cursos se resume ao fato de ser um “alunodolavo” avalizado pela bolha olavete. Vocês acham que um sionista de esquerda do Museu do Holocausto sabe quem é Morgenstern? Fora da bolha olavete, quem o conhece é o tiozão de direita que substituiu a TV pelo YouTube e passa o dia ouvindo comentários políticos com volume alto (para desespero da família). Nem esse direitista tem por que crer que ele seja um fenômeno da historiografia do nazismo, pois ele comenta notícias políticas. Só no mundo da lua Morgenstern, sem ter escrito um livro ou artigo relevante sobre o assunto, é uma referência de estudo do nazismo.
Eu sei qual é a cosmovisão que permite tal delírio: as universidades não valem nada, todo judeu é de direita igual a Ben Shapiro e só um guru obscuro da internet pode oferecer consciência política. Por isso a credencial de alunodolavo é tão apreciada.
A culpa é toda dos tchecos e dos invejosos
Pois bem, e sabem qual a grande explicação da origem do nazismo, segundo o alunodolavo? Tudo veio da Internacional Comunista, da qual saíram uns tchecos que fizeram um Partido Nacional Socialista no século XIX, que foi copiado pelos alemães. Nem o Tratado de Versalhes, nem a Crise de 1929 são mencionados. E a datação ainda por cima está errada, pois, como corrigiu o petista, não tinha Internacional Comunista no século XIX, só Internacional Socialista.
Em linhas gerais, a argumentação de Breno Altman relativa ao caráter direitista do nazismo foi que Hitler só conseguiu chegar ao poder com o apoio parlamentar dos conservadores, que eram contra a esquerda; e que, por outro lado, Stalin foi o responsável por quebrar a espinha dorsal do III Reich. Até aqui, é conhecimento incontrovertido do Ensino Médio. Quanto ao Pacto Molotov-Ribbentrop, ele justifica afirmando que a Europa Ocidental alimentou o crescimento de Hitler por meio de tratados de paz, e que a União Soviética precisava da trégua porque, à época, não tinha condições de enfrentar o exército alemão. Daí ele infere que Stalin só cooperou com Hitler pelo tempo necessário. Não sou uma entendida da II Guerra, mas isso me parece controverso. Tal como Stalin bancou os socialistas étnicos de Israel, que não eram comunistas, era bem possível que ele seguisse colaborando com o III Reich para atrapalhar os EUA e a Inglaterra. Quem encerrou a paz foi Hitler; não temos como saber com certeza o que Stalin faria no longo prazo sem a Operação Barbarossa. De fato, Hitler escreveu no Mein Kampf que queria conquistar a Rússia e escravizar os eslavos, mas ele simplesmente não tinha a menor condição de fazer isso sem um apoio de peso — tanto é que não fez. Se Hitler tivesse um pingo de bom-senso, não brigaria ao mesmo com a Rússia, a Inglaterra e os EUA (que entraram na guerra meses depois do início da Operação Barbarossa), contando apenas com a ajuda do trapalhão Mussolini, mais um punhado de soldados romenos, húngaros etc. Stalin poderia esperar que Hitler tivesse bom-senso e fosse, quem sabe, encher o saco dos africanos, como Mussolini.
Como um complemento, ele afirmou ainda que os conservadores católicos (cujo partido Zentrum apoiou Hitler) e liberais (que apoiaram Mussolini na Itália) são historicamente ligados ao racismo e à misoginia, metendo no meio até os portugueses que descobriram o Brasil. Mas isso eu comento depois.
A argumentação de Breno Altman é em parte incontroversa e em parte controversa. Para uma ideia chegar a ser controversa, ela precisa ter alguma seriedade capaz de suscitar debate. Esse não é o caso da contra-argumentação do alunodolavo.
Vejam bem, senhoras e senhores. Eu já sabia que o olavismo reduz o catolicismo a uma estética (de preferência, tradicionalista) e vende uma identidade cristã americanizada sionista. Olavo pregava que os santos avalizam a astrologia (largada por Sto Agostinho na conversão!) e falava mal do Papa pelo menos desde quando o Papa era João Paulo II (em texto que exalta evangélicos e defende a aliança entre judeus e cristãos). Mas eu não podia imaginar que Morgenstern inventou uma história inteira do cristianismo filossemita. Pois é. Vejo as asneiras dos olavetes há uns 15 anos e eles ainda conseguem me surpreender.
Peço que cliquem no debate (aqui) e assistam do 54min 07seg ao 55min 04s. Nesse ínterim, ele diz, ipsis litteris: “A Inquisição não envolvia judeus” e “Você acabou de falar que Inquisição é contra judeu. Não faz o menor sentido isso.” Ele quis dizer que, do fato de o apóstolo Paulo querer converter tanto judeus quanto gentios, o cristianismo em toda a sua história nunca teve nada a ver com o racismo. Nem mesmo a Inquisição perseguiu judeus, porque a Inquisição perseguia segundo critérios religiosos e não raciais — como se as coisas não se confundissem; como se os cristãos novos não fossem perseguidos sob a suspeita (não raro justificada) de serem marranos; como se não houvesse a exigência de ser “cristão velho de quatro costados” para assumir uma porção de cargos. Para provar (sic!) que o cristianismo não tem nada a ver com racismo, ele alega que o Espaço Vital (Lebensraum) foi inventado por um monge taborita (isto é, um hussita tcheco), como se hussitas não se pretendessem cristãos e não fossem pacificamente reconhecidos como precursores da Reforma Protestante. Em seu tempo, Jan Hus era um herege; e foi reprimido com sucesso. Desde a Reforma, o conceito de herege perdeu validade para boa parte da cristandade ocidental. Para o católico, Lutero é um herege que não foi reprimido com sucesso. No mais, é ponto pacífico que quem inventou o Espaço Vital foi Ratzel. Se um obscuro monge tcheco de uma malograda seita herética afirmou que havia uma raça predestinada a dominar o mundo… Bem, há um pastor protestante também, Josiah Strong, que fez isso nos EUA do século XIX, em sua obra Our Country. O próprio Voegelin, filósofo luterano cuja autoridade Morgenstern invocou para desvincular os cristãos do racismo, tratou da corrente protestante que escrevia Kristo com K para germanizá-lo, em Hitler e os alemães.
O antissemitismo, então, foi uma invenção de tchecos espalhada por esquerdistas que tinham inveja dos judeus. Num dado momento, Morgenstern chega a explicar o antissemitismo dizendo que os judeus eram mais ricos do que os cristãos (maioria da sociedade), o que levou Altman a apontar que a afirmação de que todo judeu é rico é um tropo antissemita. Morgenstern deu para trás. Deixo como inspiração para ele a canção mais famosa de Fiddler in the Roof: em inglês foi traduzida como If I were a Rich Man; em alemão (disciplina na qual Morgenstern é formado), Wenn ich einmal Reich wär; e no original, em iídiche, era Ven ikh bin a Rothschield. Nem todo judeu era Rothschield; alguns eram leiteiros pobres escorraçados do seu shtetl próximo a Kiev, como a personagem de Sholem Aleichem.
Von Mises é que inventou essa história de que todo o sentimento anticapitalista se explica pela inveja. Ele era um judeu austríaco cuja família comprou título de nobreza (como os Rothschield) e depois se mudou pros EUA, onde virou cidadão. Olavo de Carvalho gostou tanto dessa explicação que usa-a para tudo, e segundo os olavetes temos inveja até de influencer tarado pego no ato. Aí todas as minhas críticas são inveja, porque eu supostamente queria ter tantos seguidores quanto eles. Mas é muito mais fácil eu invejar Breno Altman do que um homem que não assina seu próprio nome, o nome da sua família.
A participação de Morgenstern foi um fiasco. Deu umas caneladas para irritar o adversário, puxando do nada o assunto da Lava Jato. Fez discursos genéricos espantalhando a esquerda para preencher o tempo e parecer que tem segurança. Ele é o tipo que despeja datas e nomes sem contar que alguém vá pensar que ele esteja errado. Que eu me lembre, Altman pegou ele falando dados errados no mínimo sobre a Internacional Comunista, o Komintern, Rosa Luxemburgo e o Partido Socialista Tcheco. E com meus botões contei um erro sobre Voegelin e outro sobre o Espaço Vital. Num dado momento, ele falou que ia citar Arthur Koestler. Quando o adversário disse que leu Koestler também, mudou de ideia e resolveu citar outro autor. No fim, o moderador entrou em campo para ajudá-lo, mas foi em vão.
Se você é um jovem da bolha olavete e veio aqui atrás de “treta”, fique também com um conselho: ninguém é obrigado a ser intelectual para ter uma vida bem-sucedida; mas, uma vez que se escolha ser, é necessário pesquisar por conta própria. Você não vai ficar culto ou inteligente na passividade, ouvindo um cara da internet. Esqueça isso. Domine outras línguas. Use a internet escrita para procurar bibliografia e vá ler um livro. Bons verbetes da Wikipédia costumam ter notas com indicações interessantes. Estou dando esse conselho de graça; e se você seguir ou deixar de seguir, isso não afetará meu patrimônio pessoal. E olha que eu nem tenho uma vaquinha para pagar dívidas…
O chavismo, invejável para o petismo
Enquanto Altman focava no Zentrum, eu pensava que um jeito óbvio de culpar católicos é apontar o papel do jurista Carl Schmitt na formação do arcabouço jurídico do III Reich. Schmitt era católico. Schmitt caiu no gosto da esquerda de um jeito engraçado: foi via Chantal Mouffe, famosa feminista belga, viúva do cientista político argentino populista Ernesto Laclau.
O peronismo é uma corrente política ambígua. Outro cientista político argentino peronista é Norberto Ceresole, autor de Caudillo, Ejército, Pueblo: La Venezuela del Comandante Chávez. Ele é frequentemente considerado, com fundamento, um neonazista. Inclusive nesse livro ele nega o Holocausto. Morto Ceresole, o teórico do chavismo passou a ser um alemão radicado no México chamado Heinz Dieterich (não li o livro, então não vou comentar). É o proponente do socialismo (não comunismo) do século XXI. Perón recebeu de braços abertos uma porção de criminoso de guerra nazista; ainda assim, a esquerda sul-americana (Ceresole incluso) o adora.
Quer dizer que a esquerda é má? Não. Quer dizer que as marcas do nazismo estão para todos os lados. E é preciso determinar o que é bom e o que é mau caso a caso.
De minha parte, prefiro dizer que o nazismo é mau sobretudo por causa da sua visão animalesca do homem, visão essa refletida nos programas de eugenia (que no começo consistiam na esterilização involuntária de disgênicos). Estes surgiram a sério na Califórnia, financiados por Rockefeller. São fruto do liberalismo. E as ideias que deram origem a ele surgiram na Inglaterra, pátria do liberalismo. Esse é um sistema que serve tanto ao capitalismo liberal quanto a um Estado com um déspota antiliberal. Tanto o patrão quanto o déspota podem tratar o trabalhador como uma besta de carga, a ser selecionada geneticamente ou pela raça, reproduzida sob demanda, controlada em número, eutanasiada quando improdutiva.
A oposição a isso é uma visão universalista do valor da vida humana. Essa visão, historicamente, foi adotada pelo catolicismo no mundo ocidental. Como toda religião milenar, o cristianismo conviveu com a escravidão. No entanto, uma coisa é uma sociedade crer, coletivamente, que o escravo é um filho de Deus e um irmão descendente de Adão e Eva, e outra coisa é a sociedade crer, coletivamente, que Deus tem um povo eleito — e chegar a especular sobre os povos de diferentes raças não serem da descendência de Adão e Eva, como fez o cristão novo calvinista Isaac La Peyrère: pai do pré-adamitismo, heresia inspiradora do racismo científico.
O judaísmo rabínico e o calvinismo são credos particularistas. Ambos os credos, ao forjarem nações, criaram Estados de Apartheid. Ao se secularizarem, criam uma religião da raça. Por isso os negros da América inglesa no século XVII não eram batizados e eram, juridicamente, considerados gado, sendo vendidos de maneira avulsa, sem levar a família em conta, e sem ganhar liberdade. Os negros do Brasil eram batizados, casavam e podiam alcançar a alforria. Machado de Assis não seria possível nos EUA. Pelé jamais seria alçado a símbolo nacional; seria, no máximo, um símbolo negro. Quanto à ética duvidosa da religião judaica, recomendo os livros Como deixei de ser judeu, de Shlomo Sand, e sobretudo História judaica, religião judaica, de Israel Shahak, sobre o qual escrevi aqui.
A maneira boa ou má como um grupo é tratado não é o único jeito de verificar a falta de universalismo. Veja-se o caso dos judeus: os calvinistas os bajulam, mas os querem lá longe. Raça diferente, destino diferente. Já a Coroa portuguesa acabou com a autoridade rabínica e converteu todos à força. A consequência disso foi o messianismo judaico ter se misturado com a cultura popular e forjado um símbolo da identidade nacional portuguesa, que é o sebastianismo. Quanto à Espanha, lembrar que Santa Teresa D’Ávila era de origem judaica e se tornou doutora da Igreja.
A divisão pertinente agora não é entre esquerda e direita, mas entre liberal e antiliberal. O chavismo foi sábio ao não afrontar o povo e reter uma moral conservadora (vide as leis de aborto e casamento gay). Já o PT exalta maconheiro, aborteira e travesti, e só pode invejar a capacidade de mobilização de um governante pouco carismático como Maduro.
PS: Editei o texto porque o Prof. Luiz Felipe Miguel, nos comentários, chamou a atenção para o fato de que Chantal Mouffe foi casada com Ernesto Laclau e não com Ernesto Ceresole. Por incrível que pareça, ver os dois nomes juntos faz diferença. Faz anos que não leio sobre esse assunto, então minha memória fundiu os dois politólogos argentinos peronistas populistas numa pessoa só. E, já que fui mexer no texto, achei o nome do alemão radicado no México: Heinz Dieterich. Eu li Ceresole (que é difícil de achar); e, sobre neonazismo e Venezuela, li Heidegger e sua herança, de Victor Farías, que é fácil de achar.
Sinceramente, quando vi o anúncio do debate achei meio "idiota" a premissa de debater a II Guerra,e Hitler,pela ótica estreita do "Esquerda x Direita".
Tudo que eu precisava: um texto da Bruna sobre esse olavista de marca maior. Tive a pachorra de assistir a alguns cortes e fiquei até tonto de tanta olavice que saiu da boca desse maluco. Sempre o mais do mesmo. E o cara ainda posa de linguista e filósofo. Como dizias, a cursosfera olavista é definitivamente o “aumente seu ***” intelectual.